Na educação infantil, o brincar é mais do que diversão: é a linguagem com a qual as crianças constroem sentidos, descobrem o mundo e aprendem a conviver. Entre tantas possibilidades, a criação colaborativa de personagens com papel recortado é uma proposta que une expressão artística, imaginação e trabalho coletivo em uma única experiência educativa.
Essa prática permite que os alunos desenvolvam personagens únicos a partir de pedaços de papel, tecidos e recortes coloridos. O diferencial está no processo: tudo é feito em grupo, onde cada criança contribui com partes do corpo, detalhes e ideias para dar vida ao personagem coletivo. O resultado é uma produção cheia de identidade, que carrega a marca de cada envolvido.
Mais do que uma atividade manual, essa proposta favorece o diálogo, o respeito, o olhar para o outro e a coautoria. Neste artigo, vamos mostrar como aplicar essa prática com intencionalidade pedagógica, criar experiências significativas em sala de aula e reforçar vínculos entre os pequenos por meio da arte e da colaboração.
O que é a criação colaborativa de personagens com papel recortado?
A criação colaborativa de personagens com papel recortado é uma atividade artística e pedagógica que propõe às crianças a construção coletiva de personagens, utilizando papéis coloridos, tesouras e muita imaginação. Ao invés de cada aluno criar seu próprio personagem individualmente, o grupo constrói juntos uma única figura, dividindo a responsabilidade por suas partes: cabeça, corpo, braços, pernas, roupas, expressões e adereços.
Essa prática transforma o processo artístico em uma oportunidade de cooperação, escuta ativa e partilha de ideias. Cada criança tem voz e espaço para contribuir com sugestões e recortes, e o personagem final se torna símbolo dessa união criativa. Mais do que uma obra final, o valor está no percurso — na conversa, nas decisões em conjunto e nas construções que acontecem no plano simbólico.
Além de ser acessível e fácil de implementar, a proposta é altamente adaptável, podendo ser trabalhada em turmas de diferentes idades e contextos escolares. Também pode integrar conteúdos curriculares, temas do projeto pedagógico e vivências significativas da turma, promovendo um aprendizado profundo, afetivo e conectado com a realidade dos alunos.
A importância da construção coletiva na educação infantil
A construção coletiva é um dos pilares mais importantes da educação infantil. Desde muito cedo, as crianças aprendem — por meio da convivência — a negociar, ceder, propor e ouvir. Atividades colaborativas como a criação de personagens com papel recortado não apenas ensinam esses valores, mas os colocam em prática de forma vivencial, sensível e significativa.
Quando as crianças constroem algo juntas, elas aprendem que o conhecimento e a criatividade não pertencem a um só, mas ao grupo. A diversidade de ideias se torna uma riqueza, e os conflitos naturais que surgem durante o processo são tratados como parte da aprendizagem. Resolver juntos, adaptar ideias e respeitar escolhas diferentes são atitudes que favorecem o desenvolvimento da empatia e da autonomia.
Mais do que alcançar um resultado “bonito” ou “certo”, a experiência coletiva valoriza o processo, a escuta e o respeito às singularidades. Cada contribuição é importante — seja um recorte pequeno ou uma sugestão criativa — e isso reforça o senso de pertencimento da criança ao grupo. Em tempos onde a colaboração se torna cada vez mais essencial na vida adulta, desenvolver esse olhar desde a infância é um presente para o futuro.
Fundamentos pedagógicos da atividade
A criação colaborativa de personagens com papel recortado está profundamente alinhada com os fundamentos da educação infantil previstos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e nas diretrizes curriculares para a infância. Essa atividade dialoga diretamente com os campos de experiências, especialmente com “O eu, o outro e o nós”, “Traços, sons, cores e formas”, e “Corpo, gestos e movimentos”.
Do ponto de vista pedagógico, a atividade estimula a expressão estética, o desenvolvimento da identidade e autonomia, a comunicação e a formação de vínculos sociais. Ao contribuir para a criação de um personagem coletivo, a criança exercita o respeito às ideias dos colegas, a tomada de decisão em grupo, a imaginação criativa e a percepção de si e do outro como agentes de transformação simbólica.
Além disso, trata-se de uma proposta que valoriza o processo em vez do produto, um princípio-chave da pedagogia contemporânea da infância. O papel recortado, com sua leveza e flexibilidade, se torna o veículo ideal para materializar ideias de forma concreta e visual, enquanto o ato de colar, compor e imaginar juntos fortalece a aprendizagem significativa e afetiva.
O educador, nesse contexto, atua como mediador: promove interações, observa os movimentos do grupo, valoriza cada iniciativa e ajuda a transformar divergências em momentos de construção coletiva. A atividade também possibilita a escuta sensível dos interesses da turma, permitindo que os personagens criados tragam à tona elementos do universo simbólico das crianças — seus medos, alegrias, curiosidades e desejos.
Materiais necessários para aplicar em sala de aula
Um dos grandes encantos da criação colaborativa de personagens com papel recortado é sua simplicidade. Com materiais acessíveis e econômicos, é possível proporcionar uma experiência rica em significados, expressividade e interação. A seguir, listamos os itens recomendados para conduzir essa atividade em sala de aula:
Materiais básicos
- Papéis coloridos variados (sulfite, cartolina, papel crepom, papel kraft, papel de revista)
Diversidade de texturas e cores estimula a criatividade e amplia possibilidades estéticas. - Tesouras sem ponta (infantis)
Cada criança deve ter sua tesoura, incentivando a autonomia e o domínio de habilidades motoras finas. - Cola branca e bastão de cola
A depender da idade e da habilidade dos alunos, escolha o tipo de cola mais adequado. - Lápis de cor, giz de cera, canetinhas
Para detalhes finais como olhos, bocas, roupas, ou para customizar as partes recortadas. - Cartolina ou papel kraft grande
Serve como base para colar o personagem montado coletivamente.
Materiais complementares (opcional)
- Tecidos, botões, retalhos e fitas
Acrescentam textura e tornam a criação ainda mais sensorial. - Olhinhos móveis ou adesivos decorativos
Trazem um toque lúdico e encantador à atividade. - Etiquetas ou plaquinhas com os nomes das crianças
Podem ser coladas junto às partes que cada aluno criou, valorizando sua participação.
Organização do espaço
- Mesas amplas ou tapetes no chão, onde o grupo possa trabalhar em conjunto de forma confortável.
- Cestos ou caixas organizadoras para separar os materiais e estimular o cuidado coletivo com o ambiente.
Com esses recursos, o educador pode criar um ambiente convidativo, onde a arte é o caminho e a colaboração é o motor. O mais importante não é a sofisticação dos materiais, mas a intencionalidade por trás da proposta: promover a escuta, a coautoria e o protagonismo das crianças.
Etapas para desenvolver a atividade com os alunos
Para que a criação colaborativa de personagens com papel recortado aconteça de forma fluida e significativa, é importante que o educador organize o processo em etapas claras, respeitando o ritmo da turma e incentivando a participação de todos. A seguir, apresentamos uma sugestão de sequência didática que pode ser adaptada conforme a idade e o contexto dos alunos:
Etapa 1: Conversa inicial e inspiração
Inicie com uma roda de conversa. Pergunte às crianças: “Se pudéssemos criar um personagem juntos, como ele seria?” Estimule ideias sobre aparência, poderes, sentimentos e histórias. Mostre imagens ou livros ilustrados como referência e traga personagens conhecidos do universo infantil para despertar a imaginação coletiva.
Etapa 2: Planejamento coletivo
Registre no quadro ou em um cartaz as ideias que surgirem. Em seguida, proponha dividir o personagem em partes (cabeça, tronco, braços, pernas, acessórios etc.) e organize pequenos grupos ou duplas para cada componente. Essa divisão dá sentido à colaboração e facilita o trabalho em equipe.
Etapa 3: Exploração dos materiais
Disponibilize os papéis e materiais previamente organizados. Deixe que as crianças explorem livremente as texturas, cores e formatos. Essa experimentação é fundamental para soltar a criatividade. O educador pode circular entre os grupos, estimulando perguntas como: “Como será o cabelo dele?” ou “E se ele tivesse asas?”
Etapa 4: Recorte e montagem
Com as partes prontas, reúna o grupo novamente para colar todas as partes em uma base maior (cartolina, papel kraft ou mural). Essa é uma fase rica em negociação: decidir o posicionamento das partes, ajustar proporções e aceitar contribuições dos colegas exige diálogo e escuta.
Etapa 5: Personalização e nomeação
Com o personagem montado, convide as crianças a escolher um nome coletivo. Elas também podem criar uma pequena história sobre quem ele é, onde vive e o que gosta de fazer. Essa narrativa pode ser escrita pelo educador com as falas das crianças ou representada em forma de teatro ou música.
Etapa 6: Exposição e celebração
Finalize com uma apresentação do personagem para outra turma, para as famílias ou em um mural da escola. Valorize o esforço coletivo e mostre como cada detalhe contribuiu para algo único. Fotografar o processo e expor as imagens também reforça a importância do percurso.
Ao seguir essas etapas com sensibilidade, o educador cria um espaço em que a arte, o coletivo e o afeto caminham juntos, construindo uma experiência que vai muito além do papel recortado.
Dicas para estimular a participação de todos
Em uma proposta colaborativa como a criação de personagens com papel recortado, garantir que todas as crianças participem de forma ativa e significativa é essencial. Cada criança tem um ritmo, um estilo de expressão e um nível de envolvimento diferente. Por isso, o papel do educador é promover um ambiente de acolhimento, escuta e incentivo constante.
1. Dê espaço para múltiplas formas de participação
Nem toda criança vai querer recortar ou colar. Algumas preferem dar ideias, escolher cores ou contar histórias. Todas essas formas de envolvimento são válidas. Reconhecer essas diferenças ajuda a incluir mesmo os mais tímidos ou inseguros.
2. Use a roda de conversa como ferramenta de escuta
Comece e termine a atividade com uma roda. Pergunte o que pensaram, o que gostaram, o que mudariam. Quando as crianças percebem que suas opiniões são valorizadas, tendem a se engajar com mais entusiasmo nas próximas etapas.
3. Estimule o trabalho em duplas ou trios
Nem sempre trabalhar em grupos grandes é a melhor opção. Em duplas ou trios, as crianças conseguem se expressar com mais segurança e negociar melhor as decisões. O educador pode rotacionar as formações para garantir que todos colaborem com diferentes colegas.
4. Celebre pequenas contribuições
Reconhecer que “aquele botão colado” ou “a ideia do chapéu” veio de alguém específico valoriza o esforço individual dentro do coletivo. Isso reforça a autoestima e o senso de pertencimento ao grupo.
5. Acolha os erros como parte do processo
Se uma parte do recorte “ficar torta” ou “diferente do planejado”, use isso como oportunidade de criação. Diga algo como: “Ficou único! Que personagem mais original!”. Isso ensina que o erro é parte natural e criativa do aprendizado.
6. Inclua crianças com deficiência ou dificuldades específicas
Adapte o tipo de material, o tempo da atividade e o formato do grupo, se necessário. O importante é que todas as crianças possam contribuir de alguma forma. Incentive os colegas a cooperarem e se apoiarem mutuamente.
Ao aplicar essas estratégias, o educador não só fortalece o vínculo com o grupo, mas também cria um ambiente onde cada criança se sente parte essencial da construção coletiva — e esse sentimento é um dos maiores motores do desenvolvimento humano.
Adaptações por faixa etária e nível de desenvolvimento
Uma das maiores qualidades da criação colaborativa de personagens com papel recortado é sua flexibilidade pedagógica. A atividade pode — e deve — ser ajustada conforme a idade das crianças, suas habilidades motoras, cognitivas, sociais e emocionais. A seguir, veja como adaptar essa proposta para diferentes faixas etárias e níveis de desenvolvimento:
Educação Infantil – Crianças de 3 a 4 anos
- Foco na exploração sensorial: ofereça papéis com texturas diferentes, como lixa fina, papel crepom e EVA. O objetivo é permitir que as crianças toquem, amassem, rasguem e experimentem livremente.
- Recorte assistido: muitos ainda não têm domínio da tesoura. Permita o rasgar com as mãos ou prepare formas pré-recortadas para elas colarem.
- Tempo reduzido: mantenha a atividade breve, com duração de 15 a 20 minutos, para respeitar os limites de atenção.
- Envolvimento simbólico: incentive as crianças a dar nome e som ao personagem, mesmo que a construção verbal ainda esteja em desenvolvimento.
Educação Infantil – Crianças de 5 a 6 anos
- Desenvolvimento da autonomia: nessa fase, muitas crianças já conseguem recortar formas simples e tomar decisões sobre cores e composição.
- Maior organização coletiva: é possível dividir tarefas entre pequenos grupos e incentivar a troca de ideias entre eles.
- Exploração do imaginário: personagens mágicos, superpoderes e histórias mirabolantes fazem muito sucesso nessa fase e devem ser valorizados.
- Registro oral ou desenhado: peça às crianças que desenhem cenas do personagem em ação ou contem sua história em roda.
Anos Iniciais – 1º e 2º ano
- Integração com a alfabetização: o personagem pode ganhar um nome escrito, ficha de identidade, ou ser protagonista de um texto coletivo criado pela turma.
- Aprofundamento nas funções sociais: o personagem pode ter um papel na sociedade (médico, bombeiro, artista), o que permite ampliar o repertório da turma.
- Maior tempo de concentração: é possível estender a atividade por mais de uma aula, trabalhando a construção do personagem em etapas.
Adaptação para alunos com deficiências ou atrasos no desenvolvimento
- Materiais adaptados: tesouras com apoio, colas em bastão mais grossas, papéis mais firmes para facilitar o manuseio.
- Tempo flexível: respeite o ritmo individual, permitindo que cada criança participe no seu tempo.
- Ajuda dos colegas: estimule a cooperação, para que uma criança possa auxiliar a outra, promovendo inclusão genuína.
Adaptar a proposta à realidade da turma não significa mudar sua essência, mas sim potencializar o envolvimento de todos os alunos, reconhecendo suas singularidades como parte fundamental do processo de aprendizagem.
Como registrar e avaliar o processo criativo
Na educação infantil e nos anos iniciais, a avaliação não deve se limitar ao produto final, mas sim considerar todo o processo vivido pela criança. No caso da criação colaborativa de personagens com papel recortado, o registro e a avaliação devem valorizar a participação, a interação, a expressão individual e coletiva e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e criativas.
Formas de registro
Fotografia do processo
Registrar momentos da atividade com fotos (com autorização das famílias) é uma forma visual poderosa de documentar o envolvimento das crianças. Fotografe desde a roda inicial até a montagem do personagem, capturando expressões, trocas e descobertas.
Anotações do educador
Durante ou após a atividade, anote observações sobre falas, comportamentos e interações. Frases como “eu quero fazer o braço do robô” ou “a minha parte vai ter asas” revelam muito sobre o pensamento e a criatividade da criança.
Produções complementares
Além do personagem coletivo, as crianças podem desenhar partes da história, criar novos personagens ou escrever pequenos textos (no caso dos anos iniciais). Essas produções enriquecem a documentação e mostram o desdobramento da proposta.
Registros em vídeo (se possível)
Gravar pequenos trechos da roda de conversa ou da apresentação final pode gerar materiais potentes para formação de professores e compartilhamento com as famílias.
Critérios de avaliação sugeridos
- Participação e envolvimento no grupo
Avaliar como a criança interagiu com os colegas, se contribuiu com ideias, se demonstrou interesse e escuta. - Expressão criativa
Observar como a criança usou cores, formas e materiais para expressar sua imaginação. - Autonomia nas escolhas e ações
Identificar se a criança tomou decisões, tentou recortar sozinha, propôs soluções. - Respeito às ideias dos outros
Valorizar atitudes de escuta, cooperação e negociação durante o trabalho coletivo.
A avaliação nesse contexto tem caráter formativo e deve servir como espelho da aprendizagem, ajudando o educador a planejar novas propostas e reconhecer os avanços de cada criança com sensibilidade. Compartilhar esses registros com a família também reforça a importância pedagógica do brincar e da arte na formação da criança.
Integração com outras áreas do conhecimento
A criação colaborativa de personagens com papel recortado vai muito além da linguagem artística. Essa proposta é extremamente rica para promover a integração entre diferentes áreas do conhecimento, favorecendo um aprendizado significativo, contextualizado e prazeroso para as crianças.
Linguagem oral e escrita
Durante o processo, as crianças narram, argumentam, contam histórias e expressam ideias. A construção do personagem pode se desdobrar em atividades de criação coletiva de narrativas, confecção de fichas de identidade, escrita do nome do personagem ou produção de cartazes com suas características.
Exemplo: “Nosso personagem se chama Jujuba e gosta de voar. Ele mora numa nuvem cor-de-rosa e tem três asas brilhantes.”
Matemática
As possibilidades de integração com a matemática são muitas: contar as partes do corpo do personagem, comparar tamanhos e formas dos recortes, trabalhar simetria, posições espaciais (em cima, embaixo, ao lado) e até noções de sequência lógica (ordem de montagem).
Exemplo: “Vamos colocar primeiro a cabeça, depois o tronco, e por fim os braços e pernas. O que vem antes? O que vem depois?”
Natureza e sociedade
É possível relacionar o personagem a temas do cotidiano ou de projetos escolares, como meio ambiente, profissões, alimentação saudável ou diversidade. O personagem pode ser um cientista, agricultor, animal em extinção ou morador de uma comunidade específica, abrindo espaço para discussões mais amplas e contextualizadas.
Exemplo: “E se o nosso personagem fosse um pescador? Onde ele moraria? Como seria sua roupa?”
Educação física e movimento
Depois de montado, o personagem pode ser representado corporalmente pelas crianças em forma de dramatização, mímicas ou circuitos motores inspirados em sua história. Essa vivência fortalece a aprendizagem pelo corpo, essencial na infância.
Exemplo: “Vamos andar como o nosso personagem que tem pernas compridas e um rabo gigante?”
Educação socioemocional
Ao trabalhar em grupo, as crianças vivenciam a importância de ouvir o outro, ceder, colaborar, elogiar e valorizar o esforço coletivo. O educador pode conduzir rodas de conversa que explorem as emoções envolvidas no processo e até desenvolver personagens que simbolizem sentimentos (tristeza, coragem, medo, alegria).
Exemplo: “Como seria um personagem que sente saudade? Que cores ele teria? Como seria seu olhar?”
Integrar a proposta com outras áreas não significa transformá-la em tarefa formal, mas sim potencializar sua riqueza pedagógica, explorando o universo simbólico da criança por meio de conexões significativas com o mundo ao seu redor.
Conclusão
A criação colaborativa de personagens com papel recortado é uma proposta que une arte, ludicidade e pedagogia de forma encantadora e potente. Em sala de aula, ela permite que as crianças experimentem a escuta, o respeito mútuo, a imaginação coletiva e a construção simbólica de sentidos. Mais do que montar um boneco de papel, trata-se de montar, juntos, experiências que deixam marcas afetivas e cognitivas duradouras.
Quando o educador valoriza o processo, acolhe cada contribuição e propõe um espaço onde todos podem criar com liberdade e intenção, ele fortalece vínculos, estimula a autonomia e constrói uma rotina escolar mais significativa. Essa atividade, simples em sua estrutura, carrega dentro de si uma profunda riqueza formativa.
Se você é educador da infância e busca práticas que encantem, incluam e transformem, essa proposta é para você. Ela cabe em qualquer escola, pode ser feita com qualquer turma e se adapta aos mais variados projetos pedagógicos. Dê espaço à criação coletiva — e veja personagens, histórias e crianças florescerem diante dos seus olhos.
Perguntas Frequentes (FAQ)
1. Preciso de muitos materiais ou recursos caros para aplicar essa atividade em sala de aula?
Não. A criação colaborativa de personagens com papel recortado pode ser feita com materiais simples e acessíveis como papéis coloridos, tesouras sem ponta e cola. A criatividade das crianças é o principal recurso necessário.
2. E se algumas crianças não quiserem participar ou tiverem dificuldade em se envolver?
É importante oferecer diferentes formas de participação: desenhar, sugerir ideias, colar ou nomear o personagem. Respeitar o tempo de cada criança e incentivar a cooperação entre os colegas também ajuda a incluir todos no processo.
3. A proposta pode ser aplicada em turmas multisseriadas ou com diferentes idades?
Sim. A atividade é altamente adaptável e funciona muito bem em turmas com diferentes faixas etárias. Crianças maiores podem ajudar as menores, favorecendo a troca de experiências e o aprendizado entre pares.
4. Como registrar a atividade sem transformar em algo burocrático?
Use registros leves e significativos, como fotos do processo, anotações espontâneas, desenhos feitos pelas crianças ou pequenos vídeos. O foco deve ser observar o envolvimento, a escuta e a colaboração, e não apenas o resultado final.
5. Posso integrar essa atividade com projetos pedagógicos em andamento?
Com certeza! A proposta se encaixa facilmente em temas como diversidade, meio ambiente, sentimentos, profissões, contação de histórias e muito mais. O personagem criado pode se tornar um mascote do projeto, protagonista de histórias ou parte de uma exposição.